Habitando Desenhos

Narrativas desenhantes na pandemia

Nas primeiras reuniões tivemos que discutir sobre a temática ”Habitando Desenhos” até uma compreensão da proposta do projeto, em seguida, surgiram às ideias como mostrar momentos de vivências durante a pandemia, foi o que Érica Ramos, através da técnica da fotografia traduziu, por meio de uma edição, mostrando-se em dois momentos: em situação “normal” antes da pandemia, pronta para seus afazeres estudantis, e outra representação de si no momento tenso da pandemia do Covid-19, no qual sentia, às vezes, entediada dentro de casa. Naquela ocasião, a estudante também apresentou mais dois desenhos, onde ela enfatizou questões sobre os protocolos de segurança sanitários como as máscaras de proteção. Bem como também mostrou sua atenção aos meios de comunicação social como forma de continuar interagindo com o mundo.

Os desenhos de Paulo César, também comungam com a mensagem dos desenhos de Érica, o estudante revela espaços de sua casa onde ele percebia ser significativo e de acordo com o entendimento da proposta do projeto que lhes fora apresentado. Também enfatiza o uso da visualização de imagens que representavam pessoas e lugares que ele não podia ter contato pessoal e livremente.

A aluna Emilly Eduarda, foi a que logo demonstrou afinidade com a proposta do projeto. Ela entendeu a importância das linguagens artísticas para o processo educacional de alunos e cidadãos de modo geral, segundo ela, a partir de algumas aulas de arte, o entendimento apresentava-se com certa facilidade diante de muitas coisas que antes era difícil compreender. Nesse caminhar chegamos a uma sintonia da importância da arte na interdisciplinaridade educacional. Seus desenhos também dialogam com aqueles dos colegas, mostrando locais de sua casa onde ela passara a maior parte de seu dia tentando fazer algo a mais que os afazeres de casa, principalmente, estudar. Ela evidencia em um de seus desenhos a sua compreensão e aceitação das medidas protocolares sanitárias tomadas pelas autoridades, pois ela, em seu desenho usando técnica mista de desenho e fotografia, deixa claro que a melhor maneira de fazer sua parte diante do momento pandêmico, era ficar em casa, onde era mais seguro.

Isaías Brito

Pesquisador orientador


O autorretrato de Fabiane Chagas é um desenho elaborado a partir de crônicas que a própria artista escreveu sobre: como ela se define, o que gosta de fazer, experiências negativas e positivas desse momento de pandemia. A partir do texto ela selecionou e retirou trechos para construir o autorretrato tipográfico. Segundo o relato da artista: “As palavras do texto que eu utilizei foram as que falavam mais sobre mim, alguns sobre a pandemia que ficaram para esse lado, da bochecha direita. E as palavras que eu achei mais importante do texto eu deixei elas maiores no escrito e algumas outras mais reduzidas. E tem algumas que estão em letras de formas e tem algumas que estão normal". Na composição em técnica mista, Fabiane cria com base no Poema de Manoel de Barros: "Meu quintal é maior que o mundo". Ela utiliza de materiais diversos para construir a imagem apreciada todos os dias em seu quintal, a de um bem-te-vi que pousa no cano da caixa d’água para beber água, um momento de contemplação para a estudante. Em seu terceiro trabalho, Fabiane produz com base na temática da natureza morta objetos, de acordo com a autora, de grande relevância para a humanidade em tempos de pandemia. Os elementos como máscaras e álcool são os mais encontrados sobre as mesas de qualquer ambiente doméstico.

Cristophy Morman desenvolve duas versões de natureza morta, com um olhar aguçado ele percebe a organização dos cenários domésticos. Seus desenhos evidenciam elementos e objetos de consumo compondo o dia a dia... O artista preocupa-se com a sobreposição de planos demonstrando detalhes descritivos. "Escolhi, então, retratar as refeições do dia, sendo este primeiro desenho o café da manhã" diz Cristophy ao usar materiais a caneta esferográfica, os lápis 6B e 3B, lápis de cor e o papel A4 como suporte. O segundo desenho, em lápis grafite, o estudante foca nos dispositivos eletrônicos e acessórios em meio a um emaranhado de cabos elétricos sobre a mesa. Tanto Christophy como Fabiane, tiveram uma preocupação em mudar o ângulo de visão em um dos seus desenhos, onde se percebe uma vista de cima para baixo. Quanto ao domínio da técnica ambos os artistas demonstram evoluir ainda mais a cada processo de prática artística.

Carla Marinho

Pesquisadora orientadora


Hi Bastos (Raylana Bastos) revela que "Todas as tintas que utilizamos em nossas obras foram produzidas a partir de ingredientes que possuíamos em casa. Utilizei folhas de mamoeiro (cor verde), açafrão (cor amarela), repolho roxo (rosa e tons de roxo), beterraba (magenta), café (cor marrom), etc.. Através dessa atividade de produzir pigmentos, podemos perceber que há uma enorme variedade de cores que podem ser utilizadas na pintura, sem sair de casa!". Hi enveredou pela psicologia das cores, buscando efeitos calmantes, suaves e repousantes para uma sensação de paz. Durante todo o projeto foi discutido sobre conforto emocional, devido ao confinamento em tempos de pandemia, discutindo sobre angústias em relação ao isolamento social. Os desenhos de Raylana retratam uma parte do seu quarto, ou melhor, a principal visão quando no conforto de sua cama, revela Hi: "O nosso lar é um local de refúgio e dentro dele sempre tem um lugar onde nos sentimos mais confortáveis. Esse lugar específico, geralmente, é o quarto. Onde a gente descansa, vê filmes, séries, onde a gente se sente confortável, às vezes, vulnerável, mas um espaço para desabar", sobre os tempos mais difíceis da pandemia. Os gatinhos apareceram na composição como elementos que representam alegria na casa diante dos momentos pandêmicos difíceis. Eles estão pintados na cor amarela com detalhes em marrom. Ambas as cores quentes trazem efeitos estimulantes e trazem à figura dos pets uma leveza viva na obra.

Estudo, descanso, lazer e oração é como Yvi Caroline descreve o mais importante cômodo, de sua casa, o quarto: "o cantinho que eu prefiro e me sinto confortável". A partir de confecção dos pigmentos naturais, Yvi representa em seus desenhos duas versões, ou seja, ângulos diferentes do seu quarto no caderno utilizando caneta esferográfica de cor azul e preta e as tintas naturais, juntamente com um pequeno texto discorrendo sobre sua produção visual, "escolher cores para o ambiente onde eu mais fiquei durante a pandemia foi a forma de expressar um pouco dos meus sentimentos de fragilidade, medo, angústia e esperança nesse momento tão crítico em que estamos". Assim, a estudante constrói, simbolicamente, um sentido para cada cor escolhida e aplicada em determinados elementos do ambiente do quarto no desenho.


Antoniele Xavier

Pesquisadora orientadora

Com Taynara Reis, as imagens do lar ganham uma representação descritiva com a multidimensionalidade dos ambientes em fragmentos justapostos, demonstrando a frequência nos espaços ora na mesa do café da manhã, ora na sala ou banheiro e ao mesmo tempo em todos esses como um cotidiano cursivo, que se sobrepõe e se mistura numa sensação de estar ocupando a todos... A desenhista experimenta suportes não convencionais como papelão e técnicas como o lápis grafite, passando pela tinta nanquim até a aquarela... seus desenhos revelam um tempo de observação e execução em traços pacientes e detalhistas como alguém que minuciosamente procura trazer à tona os elementos de sua casa, às vezes, escondidos sob os olhares familiares e cansados de tanto ver o tempo passar...

Em linhas graciosas e expressivas Miguel Lobo expõe seus estudos gráficos trazendo elementos humanos habitando os espaços, se colocando visivelmente como testemunha e participante da dinâmica diária da moradia familiar. Habilidoso na construção de desenhos, Miguel desenvolveu uma tridimensionalidade em suas criações..., ao elaborar um quarto levantado com folhas de papel. Os cenários formulados por Lobo convidam a uma imersão dos espaços sociais com suas peculiaridades proliferadas na pandemia como ansiedade, cansaço e uma vontade grande de encontrar refúgio, mesmo que, em quarto imaginário ...

Ronne Franklim Dias

Pesquisador orientador

Meu nome é Cristophy Mormam Ferreira da Silva, tenho 18 anos, sou natural de Macapá e estou cursando o 2° ano do curso de Redes de Computadores no IFAP. No meu tempo livre gosto muito de desenhar, escutar músicas, assistir vídeos e filmes na internet. Pretendo futuramente cursar uma faculdade, porém ainda não tenho foco em alguma profissão específica. O projeto ajudou-me abrir minha mente para a arte, ser mais criativo e trazer significados aos meus desenhos!

Eu me chamo Emilly Eduarda Santos Andrade, sou discente do curso técnico em Redes de Computadores, sou natural de Macapá-AP. Em meu tempo livre gosto de editar vídeos, imagens e escutar músicas. Futuramente pretendo me formar em Engenharia de Software! Desde criança faço desenhos, mas nunca pensei em participar de um projeto relacionado com a arte, mas o projeto Habitando Desenho me possibilitou conhecer novas técnicas e desenvolver muitas ideias, de modo geral, as atividades me proporcionaram conhecer melhor a arte, ter um novo olhar e ser crítica tanto com obras de outros, como também com as produzidas por mim.

Olá, sou a Erica Ramos do 2º ano do Curso Técnico em Estradas, sou do Maranhão mas atualmente moro em Macapá. A minha vida toda é arte! Durante a semana eu produzo fotos, seja eu tirando-as ou pela frente das câmeras sendo a modelo, pintando e desenhando, lendo, recitando, sendo bailarina... Por fim, a arte vive em mim e eu vivo nela!

Eu me chamo Fabiane Macêdo Chagas, tenho 17 anos, sou natural de Macapá, estou no 2° ano do Curso Técnico em Química do Instituto Federal do Amapá. Nos momentos de lazer, gosto de ler livros, dançar, ouvir música, assistir filmes/séries e ir ao shopping com amigos e/ou familiares. Sou de exatas e minha matéria favorita é Biologia! Sonho em me formar em medicina! O projeto reavivou em mim o meu amor pelo desenho, tornando possível a melhoria de algumas técnicas e outras aprendizagens.

Meu nome é Miguel Peres, tenho 17 anos, e sou estudante do IFAP cursando o 2º ano de Estradas. Sempre fui apaixonado por desenhar, desde criança eu sempre desenhava e nunca abandonei essa prática, busco me aprimorar como desenhista, estudando técnicas e observando o ambiente para acrescentar nos meus desenhos. O projeto me despertou o interesse em realizar obras que tenham como base algo que esteja na minha mente, fazer expressar-me na arte, já que, antes dessas atividades, poucas vezes realizava trabalhos assim...

Olá! Sou Paulo César Alcântara Prestes, estudo no IFAP cursando o Médio Técnico em Mineração, sou natural de Macapá e gosto de ouvir música e tenho um grande interesse por outras formas de arte. Minhas pretensões futuras é buscar um refinamento das minhas áreas de conhecimento e melhorar sempre, isso foi algo que este projeto despertou em mim! A busca pelo refinamento e melhoria constante, já que tenho muito a aprender!

Oi! Me chamo Raylana Bastos, tenho 17 anos, nasci e cresci em Macapá, curso o Ensino Técnico em Alimentos no Instituto Federal do Amapá. Nos momentos de lazer, gosto de ler livros de ficção e sair com amigos e/ou familiares... Amo biologia! Gostaria muito de me formar nessa área como cientista. O projeto reafirmou a vontade que eu tenho de criar coisas novas.

Oi, me chamo Taynara Reis de Souza, tenho 17 anos, nasci e cresci em Serra do Navio, curso o Ensino Técnico em Mineração do Instituto Federal do Amapá. Nos momentos de lazer, gosto de ler livros de romance e ficção, assistir filmes e sair com a minha família. Eu amo as séries de médicos e pretendo me formar nessa área. O projeto ajudou a ver-me como uma artista e começar a gostar de desenhar, pois antes eu só desenhava quando era algum trabalho escolar...!

Eu me chamo Yvi Caroline do Curso Técnico em Alimentos 2° ano, sou natural de Macapá/AP. Quando estou com tempo livre gosto de socializar/brincar com meus pets, assistir filmes e ler algum livro. Pretendo continuar aprimorando meus conhecimentos para ajudar gerações futuras e obter para mim uma estabilidade de vida. O projeto me proporcionou expressar alguns sentimentos decorrentes da pandemia do covid-19 e também mostrar através do desenho o meu ambiente preferido de estar.